A educação está em constante transformação. Acompanhar esta evolução e estar preparado para novos desafios é mais uma das funções do professor. Segundo Nóvoa (2009, p. 17), é preciso passar a formação de professores para dentro da profissão, ou seja, a formação inicial, seja graduação, especialização, mestrado ou doutorado não são garantias da competência docente, é necessário estar em constante atualização. Logo, conforme salienta Nóvoa (1992), não podemos nos limitar a entender a formação continuada de professores como uma formação que se constrói por acumulação de cursos, de conhecimentos ou de técnicas, mas através de um trabalho de reflexão crítica sobre as práticas de (re)construção de uma identidade pessoal e profissional. Tendo como pressuposto que os professores aprendem com sua própria prática docente, é fundamental que os cursos de formação continuada considerem efetivamente o que os próprios professores apresentam em termos de anseios, angústias, perspectivas, etc.
Com a perspectiva de construção de uma identidade docente voltada para o perfil de alunos que se busca formar, o Colégio Imperatriz possui um planejamento anual de formações voltadas para as especificidades de cada nível de ensino. Nos dias 08 e 09 de julho, os docentes do Curso Técnico Cervejeiro participaram de uma formação pedagógica intitulada NAS TRAVESSIAS DA DOCÊNCIA: CONHECER, SABER, ENSINAR E APRENDER CONTINUAMENTE, com a professora Marguit Goldmeyer, docente do Instituto Ivoti, RS. Durante a formação propiciou-se uma reflexão sobre o papel do docente enquanto investigador e observador das competências de cada discente. Além de identificar quais habilidades foram desenvolvidas, o docente deve atuar como incentivador, motivador no desenvolvimento das novas competências necessárias. Para isso, o docente assume também um papel de pesquisador, pois cada aluno é único e o planejamento deve perpassar pelas vivências e experiências que cada um adquire ao longo de sua vida. Estas, quando somadas, contribuem para a constituição de novas competências de cada discente.
Durante a formação, foi possível traçar um fio condutor que percorreu desde o papel do discente, passando pela importância do planejamento, tendo o docente, claro, o objetivo que se deseja alcançar ao final de cada aula. O uso correto da taxonomia de Bloom na prática pedagógica como um precursor das experiências de aprendizagem. As diferentes metodologias que levam ao objetivo comum: o desenvolvimento de habilidades. Finalizou-se o percurso da formação com o tema avaliação da aprendizagem, processo no qual se pode verificar e/ou quantificar as habilidades desenvolvidas pelo aluno, os saberes assimilados e as competências concretizadas. Ao ajudar alicerçar as pedras do conhecimento na vida do estudante, todo educador se apresenta como uma referência, atuando na maioria das vezes como mentor para as aspirações profissionais que o educando almeja alcançar ao longo da vida. Porém o educador também se constitui educador ao longo de sua jornada, pois como diz Paulo Freire (1991, p.58): “Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanentemente, na prática e na reflexão da prática”.
NÓVOA, A. (Org.). Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
NÓVOA, A. Professores: imagens do futuro presente. Lisboa: Educa: 2009.
FREIRE, P. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1991.